De verdade, nunca te quis. Mesmo naquelas vezes em que fazia graça e te olhava com o canto do olho, não te queria. Eu podia desejar em voz alta estar perto de ti. No fundo, queria mesmo era estar a quilômetros de distância. Pensava que era melhor estar junto, mas não queria.
A ideia não era sentir teu calor no meu corpo, muito menos a tua presença. De verdade, nunca te quis.
Hoje, penso que tive medo. Medo de ficar tão perto a ponto de não conseguir ficar longe. De não poder viver distante de ti. Um certo receio de entristecer ao teu lado também.
Para mim, ficar contigo era como ficar sozinha. De verdade, nunca te quis.
Embora sorrisse por fora, chorava só de imaginar a possibilidade de me ver grudada contigo. Estar junto era estar abandonada, abraçada no teu calor.
O dia chegou. Hoje estou contigo e não sou infeliz nem solitária. Tenho até picos de alegria. Gosto do vazio.
Mesmo assim, queria te dizer:
- Verão porto-alegrense, de verdade, nunca te quis.
Um comentário:
Grande Marianita, muito bonito, tu me sorprendeu. beso
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