terça-feira, 2 de março de 2010

Desabafo - Maior que eu


Se eu andar desabafando demais, alguém me manda ficar quieta, por favor?
Isso anda é me fazendo bem, confesso.
E, ao que tudo indica, terça-feira é dia de Rúcula. Veremos...



Maior que eu



Meu irmão diz que a culpa é dos romances que eu insisto em não largar. Já ouvi que pode ser culpa das comédias românticas. Mas faz tempo que não vejo nenhuma. Também li que invencionices é coisa de jornalista. Sagitariana? Pior ainda. Ou coisa de criança que brincou bastante. Leu, correu, fez teatro, dança, fantasiou. E não parou de fantasiar.
Não sei. O fato é que eu fantasio e bastante. Crio personagens, cenários, roteiros. Acordo e me coloco noutro lugar do globo com a maior facilidade. Aí, eu derrubo um pote inteiro de maionese no chão e me lembro onde estou, o que tenho que fazer, para onde vou e que (droga!) ainda tenho que limpar o chão.
Resultado ou não disso, meu coração tem um quê de independência. Como outras várias partes do meu corpo, aliás. Muitos já devem ter me ouvido dizer: meu útero tem vida própria. Pois tem mesmo. Ou melhor, tinha. Agora ele tá sob controle, rá! Viva a tecnologia. Mas isso tudo é culpa do que acreditamos. Do que eu acredito, na verdade. Eu admiro a independência das pessoas, das coisas, dos animais. Então, o que me acontece? Os meus criam independência.
Quem mandou levantar a bandeira?
Ninguém.
Bom, andei relendo algumas coisas aqui no Rúcula e vi que ele anda super citado. Quem? Meu coração sagitariano. Então, queria era escrever sobre ele. Insanidade?
Talvez.
Mas hoje ele tá pulsando. E muito.
Não digo que ele seja independente, como o útero ou as unhas. Mas ele tem personalidade. Ah, isso tem.
Pula, pulsa, ganha cor e se alegra. Mas não me conta por que, o cretino!
Fico eu, bem bela, felizona sem saber explicar ou entender. Tá, sei que nem tudo na vida tem um porquê, diferente do que os jornalistas pensam.
Mas bem que eu queria saber (curiosidade jornalística, sabe?), por que ele se arrepia tão fundo com aquela música, com aquele brilho no olho, com aquele texto, com aquele ambiente.
Por que eu posso passar frio, calor, sono, tomar um banho de chuva e, ainda assim, amar aquela pauta?
Tá, eu também tenho meus momentos de crise com o jornalismo. Mas sempre que chego ao cansaço ou indisposição física com ele, chego em casa feliz. Isso é incrível!
Só pode ser coisa de pele. Química. Cheiro. Coração. Essas coisas.
Não é racional, não faz sentido algum. É maior que eu.
Só sei que as unanimidades do meu coração são unanimidades e ponto. A não ser que o tempo vire tudo de cabeça para baixo, meu petit ainda vai bater desesperado quando passar perto delas.
Não tem discussão e não sou eu quem controla. É o ser quase independente em questão mostrando a que veio.
Para mim, restam os sinais.
Mão suada, bochecha rosada, tremores, riso no canto da boca, cansaço que não vem, sono que esqueceu de mim. E uma alegria que transcende.
Nossa!
Tá, vou parar de especular e contar algumas unanimidades. Poucas, mas entendam. Nem todas eu identifiquei. É maior que eu.
1- Mãe, pai, Marcelo;
2- Avós;
3- Livros, a palavra;
4- Amigos especialíssimos;
5- Mar;
6- Jornalismo, reportagem;
7- Paris.

Um comentário:

Laura Marzullo disse...

Textos sempre reflexivos, adoro! Um modo de escrever que encanta, tem graça, curiosidade. Ah, apesar de toda dificuldade, uma eterna apaixonada pelo jornalismo. Nem todos nos entendem, apenas quem ama da mesma forma. ;)