Olhar francês em Porto Alegre
A origem latina dos termos reflexo e reflexão – Reflexio - batiza a exposição que estará entre abril e agosto no Santander Cultural. Parte fundamental da programação porto alegrense do Ano da França no Brasil, a mostra reúne grandes fotógrafos franceses da contemporaneidade. Catherine Rebois, Eric Rondepierre, Jean-Luc Moulène, Patrick Tosani, Suzanne Lafont e Valérie Jouve fotografam, experimentam, editam e, assim, apresentam um trabalho único aos gaúchos.
Divida em espaços que salientam a individualidade de cada artista, as fotografias e os vídeos se encarregam de colocar a singularidade nos holofotes. Em Reflexio – Imagem Contemporânea da França, o coletivo não suplanta o individual. Os trabalhos tratam de uma mesma época, a que vivemos, sob perspectivas e câmeras distintas.
A heterogeneidade marca a exposição. Há quem, por exemplo, retrate temas já visitados utilizando-se de outro olhar. É o caso do cotidiano de Valérie Jouve, dos encaixes imperfeitos dos corpos de Catherine Rebois e da solidão de Suzanne Lafond. Mouléne registra pixações em túneis franceses para mostrar o que não é visto, mas está disponível aos olhos. Rondepierre, no entanto, não fotografa a partir do real, busca outras midias, como o cinema. Tosani tem gosto pelo inusitado. Com ele, unhas ganham super ampliação e um homem mistura-se a textos em braile.
Montada exclusivamente para vir à Porto Alegre, sob o comando de Ligia Canongia, crítica e curadora indepente carioca que morou na França por nove anos, tem a inovação e a aproximação como norte. “Em relação a arte, nosso país ainda tem traços xenófobos. Há um afastamento do que se produz no mundo que precisa ser reduzido”, esclarece a curadora. Reflexio traz o contemporâneo em destaque como linguagem, como forma de pensar o mundo e a própria arte.
O encaixe imperfeito da obra de Catherine Rebois
O fotógrafo Rondepierre e suas obras multimidiais.
Por Mariana Müller
Fotos Renan Sander
Um comentário:
Mari !
Lindo o teu texto.Parabéns
Fredo
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